
Escuta é fundamental em um mundo onde a atenção se tornou uma deficiência coletiva. Neste contexto, A Arte da Escuta foca em se desligar do ruído e redirecionar a atenção para desbloquear a criatividade. Assim, este livro se apresenta como uma jornada rumo a uma escuta mais profunda. Incorporando as ferramentas consagradas em seu livro anterior, Júlia oferece um método que pode conduzir você a um novo nível de conexão pessoal e realização criativa.
Quando aprendemos a escutar de verdade, nossa atenção se aguça, e, como resultado, ganhamos autoconhecimento e inspiração. Além disso, essa prática desperta a criatividade de um modo que ressoa em todos os aspectos da nossa vida. Portanto, a escuta não é apenas uma habilidade, mas uma ferramenta poderosa para transformar nossa maneira de interagir com o mundo.
Em uma cultura marcada pela agitação e barulho incessantes, este livro serve como um lembrete do poder transformador da escuta genuína. Dessa forma, ao nos dedicarmos a escutar, não apenas melhoramos nossas relações, mas também cultivamos um ambiente propício à criatividade e ao crescimento pessoal. Por fim, a verdadeira escuta é um convite à reflexão e à conexão, essenciais para uma vida mais plena.
Sobre este microlivro
Você tem à frente um pequeno guia para praticar a escuta mais profunda. Nesse sentido, as ferramentas apresentadas pela autora representam um método que nos leva a um alto nível de conexão pessoal e realização criativa. Além disso, por meio de pequenas tarefas, podemos ampliar nossa capacidade de perceber o ambiente e as pessoas ao redor. Consequentemente, ganhamos autoconhecimento e inspiração.
Para quem é?
Trata-se de um microbook feito para quem busca mais conexão interna.
Em “A arte da escuta – revisão crítica” você aprenderá:
- Como se atentar mais ao mundo à sua volta.
- Por que é importante ouvir com mais profundidade.
- De que maneira essa nova atitude transforma seu cotidiano.
Biografia do autor
Júlia Cameron, além de autora do manual do criativo, é professora, artista, poeta, dramaturga, romancista, cineasta, criador de pombos, compositora e jornalista estadunidense.
Ouvir o mundo a nossa volta
Você precisa ouvir com atenção o mundo ao redor para rastrear o caminho da escuta plena. No entanto, muitas vezes, na correria do dia a dia, mergulhados em tantas obrigações, esquecemos de dar a devida atenção a tudo o que nos cerca. Portanto, é fundamental se sintonizar com seu ambiente e explorar os sons, apreciando até mesmo aquilo que normalmente evitamos durante o dia.
Além disso, pense em todos os barulhos que você conecta com seu entorno. Consegue identificá-los? São relaxantes ou agressivos? Por exemplo, seus locais de convivência são ruidosos ou suaves? O ser humano cultiva hábitos e, por isso, acaba se acostumando com coisas desagradáveis, como o despertador tocando nas primeiras horas da manhã ou a britadeira incomodando o caminho até o trabalho. Consequentemente, esquecemos dos sons característicos do entorno, tratando-os como naturais e impossíveis de serem modificados.
Por fim, ajuste seu ouvido e tente diferenciar os áudios agradáveis daqueles que o incomodam. Quais são os barulhos do seu cotidiano que merecem atenção por alguns minutos? E quais devem ser ignorados, deixados de lado, que não podem sugar seu precioso tempo? Quando você começa a responder a essas perguntas, sua relação com o mundo se transforma dia após dia, tornando mais fácil captar risadas de crianças ao seu redor, enquanto deixa para lá o que incomoda sua audição.
Escutar os outros
Depois de colocar em prática a atenção plena ao ambiente, é hora de voltar seus ouvidos aos outros, às pessoas com as quais você convive todos os dias. Quando conversamos com alguém, existem duas atitudes possíveis. Por um lado, podemos interromper a fala alheia com frequência, sempre pensando na melhor resposta a ser dada diante de cada argumento exposto. Por outro lado, a escuta plena exige atenção em cada palavra, respeitando a fala do interlocutor, sem a necessidade de rebater os pontos abordados.
Além disso, mesmo que você pense ser um bom ouvinte, sempre é possível ouvir com mais atenção as pessoas que nos cercam. Dessa forma, as trocas de ideias tornam-se mais surpreendentes, inesperadas e enriquecedoras. Afinal, a escuta é sinônimo de conexão. Essa sintonia se assemelha à música, permitindo captar emoções em cada palavra dita e entender as intenções nas mensagens transmitidas. Quando a preocupação é maior em falar do que em ouvir, aprendemos pouco ou nada.
Por fim, somente quando formos capazes de entender o que há por trás de cada discurso poderemos ouvir a nós mesmos, interpretando nossas reações, sentimentos e emoções. Portanto, para ouvir, é preciso ter disposição. Sem a escuta plena, não conseguimos compreender o que outras pessoas pretendem, querem ou mesmo escondem. Ouça!
Escutar nosso eu interior
Depois de ouvir conscientemente o mundo ao redor e as pessoas de seu convívio, chega a vez de voltar suas atenções para si mesmo. Você certamente já teve a impressão de que determinado caminho era o melhor para conquistar seus objetivos, não é verdade? Esse sentimento é um sinal claro da existência de um lado grandioso e seguro que precisamos acessar sempre que tomamos grandes decisões.
Além disso, é como se estivéssemos com uma caneta na mão, tomando notas dos ensinamentos que o universo tem a nos passar. Nesse momento, é a intuição que nos diz o que fazer, para onde ir e como reagir ao mundo. Portanto, é preciso ser orientado por uma espécie de guia interno, capaz de agir como uma bússola indicando o melhor caminho para o futuro. Infelizmente, muitas vezes fugimos dessa sabedoria interna em meio a um mundo tão corrido, buscando soluções práticas e racionais até mesmo para as perguntas que só o coração é capaz de responder.
Por fim, escute a si mesma e procure ouvir suas próprias opiniões. Quase sempre, quando achamos que a melhor atitude é aquela que mexe com nosso brio, estamos corretos. Seu espírito tem muito a falar, e você precisa ouvi-lo. Confie na orientação que vem de dentro para tomar as melhores decisões de sua vida. Assim, pare, fique em silêncio e escute sua alma; ela tem muito a dizer.
Ouvir além do véu
Já falamos da metade deste microbook e agora vamos tratar de uma escuta profunda, capaz de nos conectar com aqueles que já partiram. Isso mesmo: o próximo passo nos permite ouvir os que atravessaram o véu do plano físico, mas que falam conosco de um jeito simples e suave. Trata-se de uma abertura espiritual. Enquanto muitas sociedades reverenciam os ancestrais e lhes pedem conselhos, costumam pensar que os antepassados e falecidos estão fora de nosso alcance.
No entanto, é possível se abrir e ouvir com mais atenção, experimentando as palavras ditas por quem está em outro plano espiritual. Quando você tenta fazer contato com quem já se foi, é possível ouvir sua fala da mesma forma como era feita na vida. Basta abrir a porta. Peça para ouvir uma pessoa amada que não está mais entre nós e tente captar seus conselhos por meio do laço criado na vida. Não duvide disso; deixe o ceticismo de lado.
Além disso, nesse momento, é preciso aprender a ser vulnerável como as crianças, sem cultivar aquela pose de adulto que se sente capaz de responder a todas as questões mundanas. Lembre-se: os espíritos daqueles que nos querem bem permanecem aqui, ao seu lado, orientando seus caminhos sempre que solicitados. Ouvi-los é mais positivo do que você é capaz de imaginar.
Escutar nossos heróis
Se é possível ouvir ativamente aquelas pessoas com quem convivemos e que já não estão mais entre nós, também podemos dedicar nossa escuta àqueles que partiram e que, mesmo sem conhecê-los pessoalmente, nos inspiram profundamente. Seus heróis estão disponíveis para guiá-lo rumo à conquista de seus sonhos. Nesse caso, o que vale é a intenção; é preciso ter o desejo puro de fazer contato para que eles respondam à nossa chamada.
Para começar, tente responder a si mesmo quem são as pessoas que você realmente admira. Busque puxar na memória quem pode ser chamado de herói, de acordo com suas convicções. Volte suas atenções para essas personalidades e busque indagá-las nos momentos de dúvidas e incertezas. Suas respostas costumam ser ágeis, amorosas e com a precisão que buscamos. Nossos heróis valorizam a admiração cultivada durante nosso desenvolvimento.
Além disso, é necessário manter os ouvidos abertos para que eles tenham algo a nos dizer. Quase sempre, você conhece detalhes de seus ídolos que as pessoas comuns ignoram. Assim, é possível se espelhar neles de forma assertiva e precisa, sem que as dúvidas abalem essa relação. Ao ouvi-los, tome nota e não ignore suas falas, mesmo aquelas mais amargas e incômodas.
Escutar o silêncio
O silêncio fala. Esse momento de atenção, sem sons ao redor, precisa ser valorizado. Trata-se da linguagem divina, com a qual precisamos nos acostumar para viver em paz. Ao vivenciar o chamado som sem som, é possível entrar em contato com a sabedoria superior, como se nos conectássemos com Deus de forma direta. Nesse momento, fica mais fácil ouvir nossa voz interior, escutar os heróis e perceber claramente a fala de quem já não está mais entre nós.
No começo, o silêncio pode parecer ameaçador. Sentimos o tremor desse vazio, mas aos poucos vamos nos acostumando a esse vácuo de ruídos. Ele nunca é só, ele nunca é um nada. Descobrimos que há algo por ali: a presença da atenção plena, a expansão dos pensamentos e a escuta se aguçando. É no silêncio que nos transformamos para melhor. Lá, nos encontramos e percebemos que não vale a pena falar demais, pois a escuta tem muito mais a nos ensinar.
Além disso, esse é o momento de entender que a calma e a meditação fazem a diferença em nossas vidas. Essa é a essência do caminho da escuta. Nele, nossos sentidos permanecem vivos e alertas; o tempo passado fica para trás, focamos no hoje e cultivamos um futuro de muita paz interior. Escute o silêncio, escute os outros, escute o mundo ao redor. Assim, você ouve a si mesmo com muito mais clareza.
Notas finais
Em um mundo repleto de estímulos diários, com ruídos por todos os cantos e a aparente ausência do silêncio e da calmaria, a arte da escuta pode parecer um desafio impossível de ser vencido. No entanto, isso é um ledo engano. Este pequeno guia nos mostra que basta parar e ouvir a si próprio para se atentar ao que você realmente precisa. Ao dedicar atenção ao próximo, ao ambiente ao redor e ao próprio interior, encontramos respostas para os problemas do cotidiano. Valorizar esse momento e estimular essa busca fará toda a diferença para uma vida de paz interior.
Dica de 12 min
Escutar é importante, entender que as aparências enganam, também. E você aprende um pouco disso no microbook O milionário mora ao lado.
Reading A arte da escuta – resenha crítica no #12min! https://12min.com/br/a-arte-da-escuta