
Responsabilidade Extrema: Como os Navy Seals Lideram e Vencem é uma obra impactante escrita por Jocko Willink e Leif Babin, dois oficiais SEAL da Marinha dos EUA. Eles lideraram a unidade de operações especiais mais condecorada da Guerra do Iraque e, através de suas experiências, demonstram como os poderosos princípios de liderança SEAL se aplicam aos negócios e à vida cotidiana. Com uma narrativa envolvente, os autores revelam lições valiosas que podem transformar a forma como encaramos a liderança em qualquer contexto.
Durante sua missão no campo de batalha mais violento do Iraque, a unidade de Jocko e Leif enfrentou desafios quase impossíveis, incluindo a proteção da cidade de Ramadi, que, por sua vez, parecia perdida. Além disso, através de relatos de heroísmo, tragédias e vitórias duramente conquistadas, eles aprenderam que a liderança é, sem dúvida, o elemento crucial para o sucesso ou o fracasso de uma equipe. Consequentemente, essa compreensão profunda levou-os a desenvolver um treinamento de liderança inovador, que, por sua vez, formou uma nova geração de líderes SEAL, prontos para enfrentar qualquer adversidade.
Após deixarem as equipes SEAL, Willink e Babin fundaram a Echelon Front, uma empresa dedicada a ensinar os mesmos princípios de liderança a organizações de diversos setores. Desde startups até empresas Fortune 500, eles ajudaram numerosos clientes a construir equipes de alto desempenho e a dominar seus próprios campos de batalha. Responsabilidade Extrema detalha a mentalidade e os princípios que possibilitam às unidades SEAL realizarem as missões mais desafiadoras, oferecendo orientações práticas e aplicáveis para líderes em todos os lugares.
Resenha crítica
Como leis do combate em responsabilidade extrema
Quando Leif Babin participou de uma missão para capturar um perigoso terrorista da Al-Qaeda no Iraque, ele e um outro membro da tropa foram emboscados. Eles estavam distantes dos demais, enquanto um grupo de homens fortemente armados se aproximava. Com menos poder de fogo e em menor número, a situação parecia crítica.
Foi nesse momento que Leif se lembrou das leis de combate do capitão de corveta, Jocko Willink: cobertura e mobilização, simplificação, priorização e execução, e descentralização do comando. Com essas diretrizes, os soldados conseguiram vencer os terroristas. Para diminuir o poder de fogo dos inimigos, Leif focou em combater primeiro os mais bem armados, aplicando a regra da “priorização”, que significa fazer o mais urgente primeiro.
Após neutralizar a ameaça mais significativa, o próximo passo foi recuperar e conectar-se ao resto do grupo. Para isso, ele praticou a “cobertura e mobilização”, garantindo a segurança de seu parceiro durante as movimentações. Essa abordagem não apenas salvou vidas, mas também exemplificou a importância das leis de combate em situações extremas.
Bons líderes se preocupam mais com a missão do que com o ego
Líderes eficazes são aqueles que vencem. Eles conduzem suas equipes ao sucesso nas missões, mas é importante lembrar que todos podem fracassar em algum momento. A humildade para reconhecer os erros é essencial. Bons líderes se preocupam mais com a missão do que com o ego, entendendo que tanto o triunfo quanto a tragédia fazem parte da vida de um líder.
O sucesso da equipe de Jocko e Leif no Iraque é motivo de orgulho, mas também de humildade, pois eles enfrentaram grandes dificuldades e perdas. A lição mais importante é que a liderança é a maior razão por trás do sucesso em qualquer momento. Isso se aplica desde os líderes seniores até os oficiais subalternos que assumem o comando.
Ao reconhecer que a responsabilidade pela missão recai sobre os ombros do líder, a equipe se torna mais coesa e focada. Essa mentalidade é fundamental para garantir que todos estejam alinhados em direção a um objetivo comum.
O líder é o responsável
A primeira missão de Jocko Willink em Ramadi, no Iraque, foi um caos. Ele era o comandante e, ao ser recebido com fogo pesado, percebeu que, na verdade, estava enfrentando outra unidade SEAL. No caos da missão, um soldado foi baleado e morreu. Após a tragédia, Jocko refletiu e chegou à dura conclusão: o responsável era ele mesmo.
Essa experiência levou os SEALs a implementar medidas preventivas contra o fogo amigo. Quando uma equipe de investigação apurou os culpados, Jocko poderia ter transferido a responsabilidade, mas escolheu assumir a culpa. Para ele, o líder é, em última instância, o verdadeiro responsável por tudo. Essa atitude não apenas salvou seu emprego, mas também reforçou a ideia de que apenas bons líderes assumem seus erros.
Assim, a responsabilidade extrema se torna uma característica vital das equipes vencedoras, seja no campo de batalha ou no ambiente corporativo. O líder deve sempre se olhar no espelho antes de culpar outros, garantindo que a missão seja comunicada e executada de forma eficaz.
O líder deve dominar tudo no contexto de responsabilidade extrema
Em qualquer situação, a culpa pelo sucesso ou fracasso recai sobre o líder. Ele precisa dominar todos os aspectos de seu mundo, assumindo falhas e desenvolvendo um plano para contorná-las. É assim que os SEALs conseguem conduzir equipes de alto desempenho em situações radicais.
Esse princípio de responsabilidade extrema se aplica a unidades militares e empresariais. Quando um profissional não realiza suas tarefas adequadamente, o líder não pode culpá-lo imediatamente. Primeiro, deve refletir sobre sua própria liderança. Ele é responsável por explicar a missão, desenvolver a estratégia e garantir os recursos necessários para que a equipe funcione.
Se um membro da equipe não atende ao padrão esperado, o líder deve treiná-lo. Se a falta de desempenho persistir, é responsabilidade do líder encontrar alguém que atenda às expectativas. O erro na seleção de pessoal também é uma falha do líder.
A corrida dos barcos
Um dos períodos mais exigentes na vida de um aspirante a SEAL é a “semana infernal”, marcada por dias de treinamento intenso que levam os membros ao extremo físico e mental. Durante esse período, Leif Babin atuou como instrutor, após suas missões de combate no Iraque.
Os aspirantes foram agrupados em equipes de sete homens, cada uma carregando um bote de 100 quilos. O grupo que chegasse primeiro ganharia um período de descanso. Durante a semana infernal, a equipe do bote II se destacou, vencendo quase todas as corridas, enquanto a equipe do bote IV terminava em último lugar, com membros desunidos e briguentos.
Ao observar o desempenho insatisfatório da equipe IV, o sênior suboficial decidiu trocar os líderes das equipes vencedora e perdedora. Surpreendentemente, a equipe IV, sob nova liderança, conseguiu uma reviravolta milagrosa, vencendo a competição. Essa mudança ilustra uma verdade básica na lógica da responsabilidade extrema: não há equipe ruim, apenas líder ruim. A liderança é fundamental para avaliar o potencial de um grupo.
Líderes fortes assumem os problemas e criam soluções
A primeira metade do microbook destaca como o sucesso depende do líder. Sua atitude define o desempenho da equipe, influenciando desde gerentes seniores até juniores. Os resultados podem mudar drasticamente conforme quem está no comando.
Bons líderes assumem os problemas e criam soluções. Uma equipe só alcança desempenho excepcional se o líder agir em direção a uma meta e estabelecer altos padrões. A cultura de responsabilidade extrema incentiva todos os membros a trabalharem por esse objetivo.
Embora a semana infernal tenha sido desafiadora, a pressão enfrentada é insignificante em comparação com o campo de batalha. Cada decisão de um comandante pode ter consequências mortais, ressaltando que a responsabilidade extrema é a regra.
Bons líderes nunca estão satisfeitos em responsabilidade extrema
Bons líderes nunca estão satisfeitos. Eles devem se esforçar para melhorar continuamente, avaliando as fraquezas de forma realista. As melhores equipes SEAL buscam sempre a melhoria e a elevação de padrões, começando pelas pessoas e se espalhando até se tornarem uma cultura.
A responsabilidade extrema forma equipes de alta performance, que vencem tanto no campo de batalha quanto no mundo corporativo. O líder precisa unir os membros da equipe, promovendo um ambiente de apoio, com foco em cumprir a missão da melhor forma possível.
Quando a responsabilidade extrema é incorporada, o desempenho cresce, mesmo na ausência do líder. Em situações de guerra, a equipe deve estar pronta para operar sem o líder, que pode sucumbir no campo de batalha. Assim, comandantes juniores devem estar preparados para assumir a liderança.
Acredite, ainda que os outros duvidem
Para convencer as pessoas de uma missão, o líder precisa acreditar nela. Sem essa crença, não haverá disposição para assumir riscos e superar desafios. Os líderes devem compreender que fazem parte de algo maior do que eles próprios e transmitir essa visão a todos os níveis.
A crença do líder se difunde para aqueles que estão sob seu comando. Contudo, quando a segurança do líder vacila, os seguidores podem questionar a importância da missão. Portanto, é crucial solucionar as dúvidas da equipe para diminuir questionamentos e garantir alinhamento.
Não explique só o que fazer, mas também o porquê
Os líderes precisam transmitir o propósito de suas ações, tanto no contexto militar quanto no corporativo. Nenhuma equipe sênior escolheria, deliberadamente, uma ideia que levaria ao fracasso. No entanto, um subordinado pode desconfiar da ideia.
Os líderes devem fazer perguntas e fornecer feedback. Isso se relaciona à ideia de “descentralização do comando”, uma das leis de combate. É fundamental não apenas explicar o que fazer, mas também o porquê. O subordinado deve se sentir à vontade para buscar esclarecimentos.
Quando líderes de todos os níveis acreditam na missão, conseguem transmitir essa crença às equipes. É vital que os profissionais se sintam confortáveis para interrogar o chefe sobre ideias inovadoras. Antecipar-se e esclarecer o propósito de cada ação é essencial para o sucesso.
Função sob pressão em responsabilidade extrema
Durante uma missão no Iraque, Leif Babin enfrentou uma situação crítica quando um soldado caiu de um prédio e ficou ferido. A unidade estava vulnerável, no território inimigo, e vários problemas competiam pela atenção de Leif.
A função do líder, nesse momento, é manter a calma e escolher o melhor curso de ação. Para lidar com situações de pressão, os SEALs têm um mantra: “relaxe, olhe ao redor, dê uma ordem”. Mesmo líderes experientes podem se sentir sobrecarregados. Por isso, a lei de “priorização e execução” é crucial.
O líder deve resolver o que é urgente primeiro, focando a equipe nessa prioridade. A segurança do soldado ferido e a comunicação com o resto da equipe foram as prioridades de Babin. Avaliar a situação e definir um curso de ação claro é essencial para o sucesso da missão.
Aceite a interferência dos superiores
Quem assume uma posição de liderança também deve relatar como as coisas estão progredindo aos superiores. Os comandantes não são meros observadores. Se eles solicitam informações, é porque as atualizações não estão sendo fornecidas adequadamente.
Leif Babin percebeu isso no Iraque. Inicialmente, achou a interferência dos superiores irritante, como se sua capacidade de fazer as coisas funcionarem estivesse sendo questionada. No entanto, os supervisores precisam de informações para aprovar os planos.
Essa dinâmica é uma forma de suporte. Alguns líderes acreditam que a falta de apoio dos comandantes é omissão. Porém, na lógica da responsabilidade extrema, esses mesmos líderes devem se olhar no espelho e avaliar se estão comunicando informações suficientes.
Notas finais sobre responsabilidade extrema
Responsabilidade Extrema utiliza conceitos de gestão militar para convocar os líderes a assumirem a responsabilidade por suas ações. Os autores valorizam aqueles que não terceirizam a culpa e buscam soluções para as dúvidas da equipe.
Dica do 12min
Brené Brown, uma pesquisadora com uma origem bem diferente dos autores de Responsabilidade Extrema, é especialista em vulnerabilidade. Suas concepções de gestão diferem das formadas no mundo SEAL. Confira o que ela tem a dizer em “A Coragem para Liderança”, disponível no 12min!
Reading Responsabilidade extrema – resenha crítica no #12min! https://12min.com/br/como-os-navy-seals-lideram-e-vencem