
Síndrome da Impostora é um fenômeno que afeta milhões de mulheres ao redor do mundo. Você já se sentiu inadequada, como se nunca fosse boa o suficiente? Essa sensação de precisar estudar mais, trabalhar mais ou se exercitar mais é comum entre muitas de nós. Por isso, quando Rafa Brites compartilha suas experiências, percebemos que não estamos sozinhas nessa luta.
Além disso, a autora revela que figuras icônicas como Michelle Obama e Michelle Pfeiffer também enfrentaram essa insegurança. Isso nos leva a refletir: será que há mais mulheres como nós lidando com esse sentimento? Com isso em mente, Rafa nos convida a explorar a realidade da Síndrome da Impostora e suas complicações, mostrando que essa questão é universal.
Neste livro, Rafa não apenas compartilha suas vivências, mas também oferece estratégias para acolher e controlar essa síndrome, em vez de deixá-la dominar nossas vidas. Assim, ela nos convida a entrar em sua vida, na vida das Micheles e na nossa, unindo todas as mulheres que fazem parte dessa Sociedade Secreta de Impostoras Anônimas.
A Saída é para Dentro: Enfrentando a Síndrome da Impostora
A Síndrome da Impostora é um tema central na obra de Rafa Brites, que nos leva a refletir sobre como tantas mulheres de sucesso se subestimam. Ao observar esse fenômeno, Brites conclui que esse sentimento é um reflexo da construção histórica patriarcal que permeia nossas vidas. Com efeito, são fatores externos que se manifestam de forma brusca no interior de cada mulher, criando uma batalha interna constante.
Portanto, a maior ambição da autora é mostrar como é possível vencer esses “fantasmas internos”. Do ponto de vista feminino, é imprescindível que todas estejam prontas e unidas para enfrentar a origem desses sentimentos. Tenha em mente que a gênese da Síndrome da Impostora é estrutural e abrangente, envolvendo preconceitos relacionados à classe social, etnia e gênero. Obviamente, nem todas as “impostoras anônimas” compartilham a mesma história, mas suas experiências se entrelaçam em um contexto comum.
Entretanto, enquanto uma mulher busca aprovação externa, ela nunca se sentirá realmente boa o suficiente para desempenhar qualquer função. As conquistas, os diplomas e os elogios nunca suprirão as carências internas. Logo, a ideia de que alcançar um determinado patamar trará segurança é uma ilusão. Essa advertência se torna ainda mais relevante quando consideramos que muitas mulheres, como Brites, alcançaram objetivos socialmente válidos — família ideal, fama e dinheiro — e, mesmo assim, sentiram-se pressionadas e vulneráveis.
Brites reflete sobre sua própria história e percebe que, a cada conquista, a sensação de vulnerabilidade aumenta, em vez de resultar em um acréscimo de autoestima. Então, como as mulheres combatem esse medo? Segundo Brites, muitas vezes, elas recorrem à autodepreciação, procrastinação, autoboicote e autossabotagem. Nesse sentido, a autora é taxativa: “combatemos o medo com a covardia”.
Para essa mudança dinâmica, é necessário entender que “a saída é para dentro”. Isso significa mergulhar em seu interior e buscar as raízes que alimentam esses sentimentos. Sem essa decisão consciente, você não terá a força necessária para superar a impostora que insiste em existir dentro de você, tornando-se essencial dominá-la para alcançar a verdadeira felicidade.
O Fenômeno da Síndrome da Impostora
Infelizmente, nenhum exame psicológico ou clínico pode detectar a Síndrome da Impostora, pois não se trata de uma anormalidade ou doença, mas sim de uma experiência vivida em situações específicas. Todos os indivíduos enfrentam medos e dúvidas, mas a diferença dessa síndrome é que ela provoca um ciclo repetitivo de embaraço e vergonha, paralisando a pessoa e levando-a a duvidar constantemente de si mesma.
Nesse cenário, o elemento mais importante é reconhecer que isso é, efetivamente, um problema. A partir desse reconhecimento, é imprescindível buscar informações e, por último, conversar sobre o assunto. Certamente, ao abordar essa questão, você ficará impressionado ao notar o quanto esse sentimento é compartilhado por diferentes pessoas, especialmente mulheres.
O caminho sugerido pela autora consiste em se solidarizar com aqueles que têm as mesmas dúvidas. Ao criar empatia e compartilhar descobertas, é possível colaborar mutuamente para controlar esse fantasma interno. Entender que os impactos são subjetivos e que as causas internas têm grande relevância é um passo essencial para superar a Síndrome da Impostora.
Poder e a Síndrome da Impostora
Cargos de destaque, como CEO de uma multinacional ou síndica de um prédio, podem parecer extremamente cobiçados, mas muitas mulheres que duvidam de suas capacidades hesitam em aceitar posições de comando. Dúvidas como “será que darei conta?” e “e se eu desagradar alguém?” surgem frequentemente, gerando insegurança. Brites confessa que ainda não sabe lidar com essas situações de poder e, por isso, muitas vezes se vê obrigada a associar-se a profissionais que possam assumir certas funções.
Para as mães, a situação é ainda mais complicada, pois ao assumir responsabilidades de liderança, elas acabam dedicando menos tempo aos filhos e enfrentam julgamentos por isso. A liderança feminina, em nossa sociedade capitalista, ainda está “engatinhando”, e, por isso, muitas mulheres tentam reproduzir modelos de poder tradicionalmente associados aos homens, adotando características implacáveis e agressivas. Essa pressão leva as mulheres a ocultar sua sensibilidade, considerando-a fraqueza, e a moldar suas identidades em personagens que não refletem quem realmente são.
Quando as mulheres alcançam posições de liderança, frequentemente se questionam se são as pessoas “certas” para ocupar esses cargos, o que fortalece a impostora interna. Esse estado de dúvida gera ansiedade e insegurança, fazendo com que elas temam o julgamento alheio e a possibilidade de falhar. Assim, ao se preocupar excessivamente com a imagem de líderes inquestionáveis, acabam por desconsiderar futuras oportunidades e reforçar a ideia de que “não nasceram para isso”.
Na Cama com uma Impostora
No que diz respeito à sexualidade, muitas mulheres enfrentam o desafio de se concentrar no prazer do parceiro em vez de se focar em suas próprias necessidades. Essa dinâmica é frequentemente exacerbada por dificuldades que surgem desde a infância, quando as meninas são desencorajadas a explorar seus corpos. Além disso, bloqueios relacionados a experiências passadas ou traumas podem dificultar ainda mais a vivência de uma sexualidade plena.
Para superar essas barreiras, o autor sugere buscar o auxílio de um profissional qualificado. É fundamental que as mulheres se apropriem de seu prazer, aprendendo a se descobrir e a se tocar sem culpa. Um ginecologista pode oferecer suporte à saúde sexual, abordando dúvidas com respeito e sem julgamentos, levando em consideração as preferências e a orientação sexual de cada uma.
Por fim, é essencial que o prazer seja encarado como algo natural e positivo. Ao mudar essa perspectiva, as mulheres podem se libertar das amarras da síndrome da impostora e desfrutar de uma vida sexual mais satisfatória e autêntica.
Todo Julgamento é uma Confissão
Muitas dificuldades enfrentadas pelas mulheres estão ligadas ao medo de serem julgadas. O autor ilustra isso com um exemplo simples: se você tropeçar e cair em uma rua deserta, provavelmente se levantará sem pensar muito. No entanto, se isso acontecer em um lugar lotado, como um shopping, a vergonha pode ser tão intensa que você desejará “cavar um buraco e sumir”. Essa reação se deve ao impacto do riso alheio, que muitas vezes parece maior que a própria queda.
Outro exemplo comum é a vergonha que algumas pessoas sentem ao falar inglês em público, mesmo após terem treinado e dominado o idioma. Esse bloqueio se origina do medo do julgamento dos outros, que pode paralisar a expressão. Segundo Brites, todos os julgamentos que fazemos são influenciados por nossos valores, vivências e contextos, revelando que é impossível julgar sem considerar quem somos.
A grande revelação de Brites é que, ao julgar, as pessoas acabam confessando aspectos de suas próprias experiências e inseguranças. Assim, os julgamentos não apenas refletem opiniões sobre os outros, mas também revelam muito sobre quem os emite, evidenciando como o processo de julgamento é intrinsecamente ligado à nossa identidade.
Acertando o Cartão
O caminho da “revolução pessoal”, termo criado pela autora para descrever o processo de autoconhecimento, pode ser mal interpretado. Algumas pessoas se consideram tão “evoluídas” que acreditam estar acima dos outros, desenvolvendo uma “síndrome da impostora ao contrário”, que Brites chama de “síndrome da consultora”. Essas pessoas, com excessiva autoconfiança, tendem a lidar com os demais com uma postura de superioridade.
Entretanto, a verdadeira beleza da autoaceitação e do autoamor reside na ciência da evolução pessoal e na gratidão por nossas conquistas. É essencial entender que sempre há espaço para nos tornarmos versões melhores de nós mesmos, e a humildade é fundamental nesse processo de crescimento. O inseguro, por sua vez, pode usar a arrogância como uma forma de se autoafirmar, sentindo a necessidade de diminuir os outros para se sentir melhor.
Autoconfiança não significa se sentir superior, mas sim reconhecer a diferença entre inspiração e comparação. Cada um possui um estilo único, e todas as formas de ser têm seu lugar. Mulheres confiantes não precisam diminuir ninguém, pois não se sentem ameaçadas. O autor enfatiza que quanto mais amor dedicamos a nós mesmos, mais acessíveis se tornam nossas vulnerabilidades, permitindo um verdadeiro crescimento pessoal.
Notas Finais
É importante reconhecer que toda mulher carrega a pressão de uma sociedade historicamente patriarcal e machista. Lembre-se de que você não é (nem precisa ser) pior ou melhor do que ninguém. Cada mulher é única, e é fundamental abraçar sua essência, aceitando tanto seus defeitos quanto suas qualidades.
Caso enfrente julgamentos, o ideal é ser solidário e compreensivo em relação às confissões alheias. Se você cometeu erros, use-os como aprendizado, mostrando sua vulnerabilidade. Essa abordagem pode ajudar a evitar a queda da sua “máscara de impostora”.
Por fim, a melhor maneira de manter sua integridade é agir agora, focando em suas melhorias pessoais. Valorize seu processo de autoconhecimento e lembre-se de que ser autêntica é o caminho para o verdadeiro empoderamento.
Dica do 12min
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A leitura desse manual complementará sua jornada de autoconhecimento e autodesenvolvimento, oferecendo insights valiosos para alcançar seus objetivos.
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Reading Síndrome da impostora – resenha crítica no #12min! https://12min.com/br/sindrome-da-impostora